1º Capitulo - Os Olhares

O sinal havia tocado e Leonardo saia pelos corredores da faculdade todo alegre com o amigo Marcos, pronto para mais uma partida de futebol. Os dois são amigos desde infância e nunca houve momento de contrariar a ideia um do outro. Marcos sabia que seu melhor amigo é homossexual e dava maior apoio ao amigo que pedia manter o sigilo entre as pessoas ao redor.

O futebol era um sonho de todos e inclusive do Leonardo que era o craque da turma. As meninas sempre rodeava para tentar uma chance, mas tudo em vão. Ele queria apenas viver pra vida e crescer como qualquer outro aluno, ser um jogador de futebol, o professor apitava a partida e Leonardo corria em busca da bola, e assim começou o show de ser o craque da turma, marcava gols de placa.

Todos elogiavam Leonardo por ser o craque, quando um rapaz belo de cabelo com corte americano descia as escadas onde estava a torcida pra conversar com o professor e isso foi tomando o coração de Leonardo, não queria acreditar, mas estava apaixonado por um garoto.

Ele continuava comemorando com os amigos, mas não tirava os olhos daquele rapaz que percebeu o seu olhar e sorriu para o garoto que ficou vermelho. Leonardo sorriu e percebeu que o rapaz acenava com um joia. Olhou para quem acenava e viu simplesmente que o rapaz acenava pra ele.

- Sua bicha.

Leonardo olhou e viu alguns garotos chamarem de bicha o rapaz que estava conversando com o professor.

- Olha só Leonardo, aquela bicha conversando com o professor - disse um dos garotos - uma bicha com músculos, mas não adianta disfarçar. Vi num outro dia quando estava indo pra casa ele beijando um garoto, Eca.

O jovem Leonardo sentiu menosprezado pelo colega. Mesmo não sabendo da sua história de ser homossexual. Sentiu uma angustia e caminhou pra fora da quadra. Sentou no patio da escola pensando se deve revelar que não tem atração por mulheres. Ele viu uma menina aproximar.

- Oi Leonardo? Meu nome é Solene. Tem companhia esta noite?

O jovem sabia que todos os alunos sempre iriam os bailes de sexta-feira na Vila Mendes. Olhava para a garota tentando gostar, mas o seu coração demostrava apenas a sincera amizade.

- Desculpe, Solene.
- Tudo bem meu anjo. Espero que apareça pelo menos pela amizade.

A menina retribuiu sorriso e saiu para o caminho com suas amigas.
Leonardo tem tudo nesta vida. A faculdade estava terminando, mas o sonho de ser jogador de futebol é grande, mas seria ter melhor a bela companhia. Seus pensamentos foram interrompidos por um rapaz que parou na sua frente. Tinha a mesma altura que ele, com belo corte americano e Leonardo percebeu que era o rapaz que estava conversando com o professor.

- Oi? Eu sou Klauton e o professor me disse que você podia me ajudar em treinamentos e lições da faculdade.

Leonardo ficou parado sem reação.

- Desculpe! Estou te incomodando?
- Não,..., claro que não. Meu nome é Leonardo, mas pode me chamar de Léo.

A amizade foi elevando enquanto os dois conversavam e Léo se sentia muito bem ao lado de Klauton, mas logo percebeu os olhares dos alunos que parecia ficar fazendo fofoquinhas e cochichos. Klauton também observou e pediu ao Léo não importar que os outros falassem. O amigo de Leonardo, o jovem Marcos deu uma joinha para o amigo que ficou mais vermelho e viu Solene que sorriu ao ver os dois conversando e Klauton viu a mocinha.

- Eu pedi pra minha irmã confirmar uma coisa.
- Solene é sua irmã?
- Ela é mais que minha irmã e sim uma pessoa que posso confiar. Dela descobrir que você é igual a mim.
- Como assim? Disse Leonardo nervoso.
- Você é homossexual e quando entrei hoje na faculdade. Eu vi você sorrindo e acenando e depois não consegui tirar os olhos de você.

O jovem ficou nervoso, mas Klauton passou o braço em cima do seu ombro e pediu que ficasse calmo. Os olhares na faculdade foram todas viradas para o craque do time e de um rapaz desconhecido que entrara na faculdade.

Os dois jovens foram caminhando pra fora da faculdade Solene sorria quando olhou para alguns olhares dos alunos da faculdade e sentiu a frieza de alguns. Sabia que o preconceito iria vir.