Vamos falar de Adoção ?

Esse assunto para muitos ainda é tratado como impossível, mas esta cada dia mais possível realizar, e particularmente esse é meu sonho de muito tempo, e pretendo logo logo realiza-lo, por isto a curiosidade de saber sempre mais sobre.

A adoção ficou ainda mais fácil com a regulamentação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo pelo conselho nacional de justiça (CNJ).

E logo que comprovado perante a lei a união, se tem os mesmos direitos e deveres que um casal heterossexual, inclusive o processo de adoção, e para isso ser possível se envolve apresentação de documentos entrevistas com psicólogos e assistentes sociais, visitas a abrigos e aprovação final de um juiz.

O primeiro passo para um casal ou solteiro se habilitar para a adoção é fazendo uma visita a Vara da família, infância e juventude mais próximo, e no fórum recebe uma lista de documentos necessários para a habilitação, que precisara ainda de uma aprovação já nesta primeira etapa. Logo depois vem a apresentação de um atestado de antecedentes criminais, relatório de saúde física e mental e fotos de onde a criança adotada iria morar. E quando um casal faz o pedido também é necessário que comprovem o vinculo afetivo.

Assim o pedido será avaliado pelos profissionais da Vara de família, e nesse momento os psicólogos e assistentes sociais entrevistam os candidatos para saber qual o perfil da criança que pretendem adotar. O perfil mais procurado são de crianças brancas entre zero e dois anos de idade, e o sexo feminino é o mais buscado, mas consequentemente, quem não faz essas exigências tem mais chances de encontrar um filho (a), e quem aceita adotar irmãos tem mais prioridade.

Os habilitados entram na fila dos candidatos a paternidade e à maternidade em uma lista de ordem de chegada, e o fórum entra em contato assim que uma criança no perfil do casal ou do solteiro é identificada, e assim o primeiro contato acontece no abrigo onde a criança vive, e lá passam um período se conhecendo.

Então logo se houver uma familiarização entre quem quer adotar e o possível adotado, a criança ou adolescente é levado para a casa dos candidatos para um período de avaliação provisório. Enquanto isso o juiz inicia um processo de analise que determina em uma decisão definitiva. O que se busca é o bem estar do adotado, e não dos candidatos, e o tempo de avaliação não é padronizado, logo varia de casa a caso, podendo sair a adoção definitiva em menos de um ano.

Existem ONGs e grupos de apoio que ajudam em todo o processo, o maior papel deles é orientação, muitas pessoas chegam a essas instituições sem saber por onde começar, e eles fornecem orientação social, psicológica e jurídica diariamente por telefone, e-mails, além de reuniões mensais. É uma gestação e ocorre toda uma preparação emocional ao homem, mulher, casal hétero ou homoafetivo para a chegada da criança ou adolescente.

Abaixo temos um depoimento de um casal dado a Outro Sentimento:

Nos conhecemos em 2008, e falamos apenas um ''Oi'' e nada mais, eu namorava meninas, namorinho de igreja em que o pai ficava do lado, nunca transei com mulheres, já o Alexandre tinha uma vida sexual ativa e inclusive uma vez com mulher, nos reencontramos no dia 18 de agosto de 2010 pelo Orkut e MSN na época, a partir de então começamos a namorar, eu nunca havia tido contato sentimental ou sexual com homem e o Alexandre foi meu primeiro e único e me casei com ele no dia 14 de fevereiro de 2014.

Namoramos, tivemos o apoio da minha família evangélica tradicional e em alguns aspectos até mesmo fundamentalista, mas em relação a nossa felicidade eles me apoiaram. O Alexandre a família dele sempre soube sobre ele, o mesmo nunca teve que ter aquela tão árdua conversa com os pais para dizer sobre a sua sexualidade.

Ele político e eu professor concursado, construímos a nossa casa e ela ficou grande e consequentemente sentimos um grande vazio, alguma peça faltava a se encaixar e o Alexandre sempre quis adotar, mas eu sempre tive um pé atrás em relação a isso. até que eu comecei a mudar meu pensamento e fomos fazer o Cadastro Nacional de Adoção, preenchemos todo o requisito, fizemos um curso sobre adoção tardia e fomos lançados no cadastro Nacional de Adoção, não escolhemos o sexo, nem a cor como muitos, deixamos livre.

Isso tudo começou em setembro de 2015, processo esse que eu achava que seria difícil, que iríamos sofrer preconceito no Fórum, que iriam nos eliminar as chances, mas isso foi totalmente o contrário, no fórum pegamos uma lista de todos os documentos necessários, depois de 1 mês fomos chamados para o curso que é obrigatório é fomos aprovados, a assistente social veio a nossa casa fazer uma visita, viu como era nossa casa e nossa vida e assim seguiu se o processo....

Em agosto de 2017 recebemos uma ligação da Vara da Infância e Adolescência que apareceu uma criança para nós. fomos ao Fórum para saber mais detalhes e lá ficamos sabendo sobre a criança, O nome é Arthur, tem 5 meses e é super lindo, fomos autorizados a fazer a visita no Abrigo de Acolhimento para conhecer o bebê, etapa essa que é obrigatória também, demos o parecer positivo que queríamos a criança e agora estamos esperando a assinatura do juiz para trazer a criança para casa.

Roberto: ''Chegou doer o coração ficar longe dele, mas vamos vê-lo todos os dias, mas sabe, é estranho eu antes de conhece-lo, eu já sentia saudades dele e é estranho sentir saudades de quem você não conhece e nem nunca viu.'' -Roberto e Alexandre 

Observação: Eles não tiveram período de adaptação, por que é um bebê, estão apenas aguardando a aprovação do juiz que dará a eles a guarda definitiva.