De menino e de menina!


Desde quando somos crianças ouvimos das pessoas mais velhas ''Esse brinquedo é de menino e esse é de menina'' ou então ''não faz isso, isso é jeito de menina'' ou então ''não faça isso, isso é jeito de menino'', o seculo para algumas pessoas não serve para mudar nada vida das mesmas, então para que acompanhar o que controla eles não é mesmo ?

Sendo gay, ouvi muito algumas dessas frases, assim como quando eu ainda com meus seis anos de idade estar com a perna cruzada e um parente com idade para ser meu pai virou para mim e falou ''a perna cruzada dessa forma é de mulher, homem faz assim'', ou como antes de me assumir minha vó me via com a mão na cintura e falava para parar que era jeito de mulher, inclusive meu pai também falou muitas vezes de varias formas minhas, ou então também na escolinha, ou seja, sempre fui assombrado pelo espirito da mulher em mim.

Mas é ai que muitos pais se enganam na forma de pensar dos brinquedos, alguns meninos gostam de brincar de comidinha, casinha e até com brinquedos que o agradem tanto visualmente quando na sua forma de ser, e não apenas pela cor, se for rosa mas dependendo da idade for legal, ele vai querer aquele brinquedo, as crianças de hoje parecem já nascer um pouco mais sem preconceito, alguns pais tratam isso de forma totalmente grotesca, alguns nem tanto, mas o fato é que também acontece com as meninas as ''princesinhas'', algumas não agem da forma como os pais sempre sonharam, e nem sempre eles respeitam isso, tem meninas que vão gostar de brinquedos considerados masculinos, roupas masculinas, assim como a mãe que vê sua filha fazendo cambalhotas e a mãe chama atenção dizendo ''isso são modos de uma princesa?''.

Como disse antes as gerações mais novas já parecem nascer evoluídas, até porque as crianças são seres super curiosos, enquanto a mãe limpa casa e acha que a filha esta vendo aquele canal de desenhos, ou estava até acabar e começar um programa que fala sobre muitos assuntos de seu interesse ou assuntos atuais considerados modernos, ela vai prestar muito mais atenção nesse programa do que nos desenhos, claro depende também da idade, chega uma fase que a criança quer saber tudo e as perguntas vem até sem querer ''o que é isso?'' ou ''o que é aquilo?'', e depois elas sabem reproduzir direitinho a informação que as foram passadas, logo algumas delas colocam em pratica e dependendo do que ouvem quebra vários preconceitos que estavam a serem formados na cabeça delas e logo elas também ao ouvir pessoas falando sobre esse assunto, ela vai entrar sim na rodinha e opinar também.

Eu pretendo ter filhos, não quero deixar ter tanto contato com o mundo virtual muito cedo, o da TV chega a quase ser inevitável, o que salva são os aplicativos que reproduzem apenas o que você colocar para passar, mas o que ele ou ela tiver de curiosidade que eu acha que deve sim saber vou falar sobre, os pais devem ter diálogos abertos com seus filhos, se você não responde as duvidas, eles vão perguntar para outros, e pode não ser a resposta que você daria a eles, até porque no meu caso o meu filho terá dois pais, e por mais que estamos em tal seculo, os pais ensinam ao seus filhos pai e mãe e também pode ser ainda o que eles estão mais acostumados em sua vida ''normal'', e quando virem uma criança com dois pais vai sempre ter aquela criança na escola que quer ser o ''marrento'', que se perceber algo fora do padrão ensinado a ele, ele vai falar sim.

Mas o que quero dizer com esse texto é que não importa o quanto vai parecer que seu filho vai ser gay ou lésbica, quem vai decidir isso são eles, uma tia uma vez me falou ''nossa você tem o jeito do seu tio quando criança e adolescente e todos chamavam ele de gay e hoje ele é casado e tem filho'', mas depois de um tempo eu realmente era gay, confesso que tentei acreditar no que ela me falou até porque não queremos ser diferentes a ponto de receber olhares tortos não é mesmo? ainda mais de quem a gente gosta, porque o que se deve realmente importar na criação de uma criança é o amor, educação, compreensão, paciência e preparação para as dificuldades da vida, na escola algumas crianças já são excluídas por seu jeito de ser, imagine por seu jeito de não ser.

O avô da boneca

“Tem uma história da escola da minha filha. A professora tinha uma boneca de pano que emprestava pras crianças levar pra casa e passar um dia com ela. Ela tinha nome, musiquinha... primeiro levaram as meninas e na reunião de pais algumas mães e pais acharam bem estranho os meninos terem levado a boneca. A professora explicou que os pais também cuidam dos bebês e no final da conversa todos parece que se convenceram. Achei bem legal a atitude da professora e do efeito nos pais. Uma mãe contou que o filho cuidou da boneca como uma filha e que o pai, a princípio totalmente contra, depois entrou na brincadeira dizendo que era avô da boneca.” -Estrela Tavares, psicóloga

Fique logo abaixo com um vídeo de uma criança que passou por algumas dessas coisas.