5º Capitulo - O tempo, meu pior inimigo


Já se passaram três dias e nada do Luck aparecer, aquilo ia mexendo cada vez mais comigo, era um misto de sensações e quando me dei conta, era eu que relutava para não esquecer aquela cena que não me saía da cabeça e resolvi seguir minha rotina e voltar a perceber o que estava a minha volta, pois parei de perceber meu melhor amigo que sempre estava do meu lado. No dia seguinte na aula, falei com o Marcos.

Jonatas: Oi marcos, como estão as coisas?
Marcos: Estão tudo bem, apenas o Luck que andou meio estranho nos últimos dias, mais do nada apareceu como uma menina.
Jonatas: Uma menina?
Marcos: É, uma menina.
Jonatas: Isso é bom.

Mas no fundo, eu estava me roendo e o Marcos é claro que estava percebendo.

Marcos: Jonatas está acontecendo algo que eu precise saber?
Jonatas: Não, está tudo bem, nada demais.
Marcos: Nada mesmo?
Jonatas: É nada, agora preciso ir para casa, tenho algumas coisas para fazer em casa, tchau.
Marcos: Tchau.

No caminho de casa, resolvi passar pela porta da natação, onde o Luck nadava. Sempre no mesmo horário ele saia e ia para casa, porém, nesse dia foi diferente. Ele estava na porta da natação, encostado no carro e abraçado com uma menina, tentei passar despercebido. Ele me viu voltando a rua, para não passar perto dele, desci ruas e entrei em outras pra não ter risco de passar perto dele, porém em vão. Alguns minutos depois, esbarro nele.

Luck: Porque você desviou o caminho?
Jonatas: Eu não desviei.
Luck: Claro que desviou.
Jonatas: Eu não tenho que ficar aqui me explicando e nem você me questionando, agora preciso ir.
Luck: Eu posso te dar uma carona, vamos.
Jonatas: Não, obrigado.

Segui meu caminho e ele ficou bravo comigo e veio me acompanhando de carro.

Luck: Está bravo porque sumi.
Jonatas: Não, você deve ter seus motivos.
Luck: Tenho sim, esconder meus sentimentos é um deles.
Jonatas: ...
Luck: Entra no carro por favor.

Entrei no carro calado e fiquei por um bom tempo, ele me levou para um lugar calmo, um parque e lá descemos do carro.

Luck: Você me fez ficar confuso.
Jonatas: Eu não sei o que falar, talvez eu também esteja.
Luck: Posso te abraçar?
Jonatas: Não precisa pedir, abrace.

Aquele abraço, apertado, quente e cheio de sentimento, que abraço. Era como se eu começasse a levitar, pude sentir seu cheiro, os fios de seus cabelos, o toque da sua pele. Meu coração batia forte, eu não sabia o que fazer, minhas pernas tremiam, e foi quando olhei para ele e vi que ele estava com os olhos marejados e o tempo começou a ficar marejado, uma neblina fraca e fria. Foi quando ele me beijou de leve, não era um beijo com tesão, era um beijo com sentimento, sentia seu gosto e a leveza da pele dos seus lábios. Ele abriu o carro e fiquei nervoso com o que estava por vim, não queria que fosse assim, no primeiro beijo. Ele tirou o casado e uma toalha, me deu o casaco e a toalha colocou no chão e deitou, me pediu para deitar sobre seu peito.

Luck: Desculpa por ter sumido, eu estava confuso, eu estava tentando entender o que tinha acontecido.
Jonatas: Agora sabe o que aconteceu?
Luck: Sim, se eu soubesse que seria assim, teria te procurado no dia seguinte.
Jonatas: Assim como?
Luck: Gostoso, puro, com sentimento, não é como com uma menina que fico. Levo sem seguida para a cama.

Não estava acreditado no que estava acontecendo, parece que nada naquele momento era real, mais eu sentia seu toque, sentia a neblina e o calor do seu corpo me esquentando, era um momento único.

Jonatas: Como vai ser daqui pra frente?
Luck: Como assim?
Jonatas: Eu e você!?
Luck: Precisamos ter paciência, afinal, vou precisar me acostumar com tudo a minha volta, colocar um ponto final nas histórias que estava tendo, família e amigos.
Jonatas: Claro, eu entendo.
Luck: Agora precisamos ir, logo vão começar a me procurar
Jonatas: Precisamos ir mesmo?
Luck: É bom, assim não passamos constrangimentos de inicio

Levantamos, seus braços se estenderam sobre meus ombros, levando meu corpo pra junto do seu, entrei no carro e logo ele ligou o aquecedor, era uma noite fria e não queria aceitar que precisávamos ir, como teria seu corpo colado ao meu? Ao que me parece, já tinha me tornado dependente do seu corpo, da sua presença e nada mas parecia substituir isso. No caminho ouvíamos uma música baixa, quando ele começou a falar.

Luck: Que engraçado, tentei fugir de você e de mim mesmo e agora percebi que queria tanto isso, queria tanto que meu corpo tremia quando te via, não é uma atração sexual ao contrário de tudo que me aconteceu até agora.
Jonatas: Talvez eu tenha o mesmo sentimento.

Ele encostou o carro, olhando para mim fixo e me disse.

Luck: Me dá um beijo?

Simplesmente fui em direção a ele e o beijei, sabe quando você passa horas sem beber água e quando bebe, te trás um alivio!? Foi quando paramos e ele observa alguém estava olhando, logo ele arranca o carro e tremia.

Luck: Droga.
Jonatas: O que aconteceu?
Luck: O David, amigo da escola estava olhando.
Jonatas: Que raiva, uma chuva dessa e o cara fica olhando o que acontece na rua?
Luck: Também eu devia ter lembrado que ele morava aqui do lado.
Jonatas: Desculpa.
Luck: Você não tem culpa, também não íamos evitar isso por muito tempo.

Chegamos na minha casa, ele me deu um abraço e disse que precisava ir embora. Que droga, porque tinha que acontecer isso e estragar a noite, que estava perfeita!? Mais é como ele disse: não íamos evitar isso por muito tempo...