5 º Capitulo - A Revolta de Klauton

O telefone começou a tocar no quarto de Klauton que estava tomando banho. Solene havia gritado para o irmão que o celular estava tocando, mas o barulho do chuveiro fazia que Klauton não escutasse os gritos de sua irmã. Ela entrou no quarto e viu o celular tocando na cama e ouvia o seu irmão cantado dentro do banheiro. Olhou para o celular e viu uma chamada desconhecida e atendeu pra saber.

- Alô?
- Alô. Eu sou o pai de Leonardo falando aqui do hospital e preciso falar com o namorado dele.
- Aconteceu alguma coisa com o Leonardo?
- Ele...ele foi... Atropelado – disse o Sr. Marcel todo nervoso – podia me chamar, por favor, o namorado dele? Alô? Alô?

Solene deixou o celular cair fazendo a ligação ser desligada. Ela estava pálida e começou a gritar desesperada fazendo Klauton sair correndo em volta da toalha para ver o que estava acontecendo e Solene olhava para o irmão tentando imaginar como contar a verdade. Klauton ajoelhou pra pegar o celular do chão e olhou para irmã que olhava para o vazio.

- O que houve Solene?

A irmã abaixou a cabeça e pediu que irmão trocasse de roupa e logo explicaria na sala de estar perto dos pais. Klauton trocou-se rapidamente e foi direto pra sala onde estavam os seus pais que parecia saber toda verdade. Solene contou o que havia ouvido no celular e Klauton ficara desesperado pra ir direto para o hospital. Tinha que ver como estava o seu namorado, não poderia perder a pessoa que mais ama. O pai abraçou forte e disse que iriam para o hospital.

- Eu devia ter ido!

Era a mesma frase que dizia dentro do carro indo até o hospital. A mãe confortava o filho que chorava no seu ombro pensando o que iria ver. Os pensamentos de Klauton eram total derrota. Começou a odiar a si mesmo. Ele estava desesperado par ver Leonardo quando o carro parou e Klauton viu o pai de Leonardo ao lado da sua mulher que estava em plantos. Ele saltou do carro e o Sr. Marcel que estava chorando foi iniciar uma conversa quando levou um soco na cara pelo Klauton. O Sr. Marcel caiu no chão e a Dra. Helena colocou a mão na boca pela cena que tinha visto.

- Vocês são muito falsos por estarem aqui?
- Calmo garoto - disse Sr. Marcel que estava levantando do chão – eu sei que fui errado e...
- Como vou ficar calmo - disse Klauton com tom de revolta – precisou de o filho ficar perto da morte e em seguida pensar arrependimento? O senhor ignorou o seu filho quanto mais precisava e pra piorar deixou aquela ali chamar de doente.
- Respeita a minha esposa! – Disse o Sr. Marcel que viu a sua mulher encolher por causa dos insultos.
- Respeitar como respeitou o filho. O seu filho queria o carinho e o apoio dos pais e o que levou foram patadas na cara.

O pai de Leonardo olhava cabisbaixo sem saber como responder o garoto que olhava com fúria. Klauton foi até a recepcionista onde estava Leonardo, mas seu pai puxou pra fora do pronto socorro pedindo para acalmar senão as enfermeiras não iriam deixar por estar desesperado. Os pais de Leonardo estavam num canto sem olhar para o Klauton, mas a Sra. Lucia mostrou a compaixão e Klauton começou a perceber que teria ter paciência a demonstrar a compaixão para os pais de Leonardo. Solene aproximou do irmão e pedirá que fosse ficar tudo bem.

Um carro parou na frente do pronto socorro e o melhor amigo de Leonardo apareceu. Klauton abraçou o amigo dizendo que não queria perder a pessoa que ama. Marcos o confortou dizendo que Leonardo sairia daquela situação, pois enfrentou coisas piores olhando para os pais de Leonardo que ouvira a conversa e ficaram mais tímidos. O Sr. Marcel aproximou de Klauton temendo levar mais um soco pediu que quisesse conversar sem violência. Klauton respirou fundo e aceitou o pedido.

- Eu quero compreender como você e meu filho podem gostar com amor?

O jovem ficou surpreso com a pergunta e entendera que os pais de Leonardo foram educados como outros pais sem demonstração de amor. O pai não conseguia entender como ele pode amar o seu filho.

- Eu amo seu filho! Desde que entrei na faculdade e vi de longe. Não tentava aparecer pra ele, pois temos precaver que a sociedade é hipócrita para distinguir o que é amor. No dia do jogo de futebol, dois meses na faculdade, eu vi seu filho comemorando enquanto conversava com o treinador sobre o handebol e lá estava seu filho me olhando e eu olhando pra ele. Não influenciei o seu filho. Aconteceu como acontece quando todos encontra um amor. O senhor amou a sua esposa quando a viu a primeira vez.
O pai olhava para o Klauton querendo encontrar alguma brecha para dizer que esta tudo errado. A esposa aproximou do marido ouvindo a conversa e foi contradizendo.

- Conforme no mundo que existe somos um casal entre homem e uma mulher. Temos que encontrar o pedaço da laranja como qualquer pessoa que existe.
- Devia abrir os olhos mãe de Leonardo, pois o amor acontece sem imaginar. Temos que amar uns aos outros e não deixar atrapalhar as diferenças, pois irá afastar as pessoas que mais amam. Vocês atrapalharam a vida de um inocente que esta a beira da morte, pois deixou entrar no coração a diferença.
- Eu amo meu filho!
- SE AMASSE O SEU FILHO NÃO FALARIA AQUELAS BOBAGENS QUE MUITOS IDIOTAS FALAM, LEONARDO É NORMAL COMO QUALQUER UM DE VOCÊS E AGORA QUE ESTA NO HOSPITAL QUER MOSTRAR UM AMOR SEM NOÇÃO.
- Por favor, garoto, não grite com a minha mulher. Eu pedi pra conversar contigo sem violência.

Klauton respirou fundo pedindo desculpas e afastou dos pais de Leonardo. O pai de Klauton estava terminando de falar com a recepcionista e caminhou até o filho que parecia desesperado para saber das noticias. A mãe abraçara o filho que sentia um pouco mais calmo pela tensão,

- A recepcionista disse que o medico informou que dependera de Leonardo pra voltar de coma- ele olhou para o filho que ficou com os olhos vermelhos de lagrimas – ela permitiu que você entrasse meu filho, pois o pai de Leonardo deu permissão.

Ele não sabia o que fazer naquele instante. Não sabia como reagir ao ver Leonardo dependendo de aparelho pra sobreviver. Caminhou até a recepcionista que indicou o caminho e alertou que deveria ficar por pouco tempo. Podia falar o que quisesse ao namorado que ele ouviria um dia ou não lembraria. O tempo estava ao lado de Klauton pra superar e tentar vencer este obstáculo. Olhara para os pais de Leonardo antes de fechar a porta do corredor do hospital que continuava afastado aos prantos de choro e tentou encarar o Sr. Marcel por tomar aquela atitude nobre de deixa-lo de ver o seu filho.
A recepcionista abriu a sala da UTI e Leonardo estava ligado aos aparelhos e começou a chorar sentindo culpado por não ter ido naquela manhã. Ele tocou na mão de Leonardo que continuava imóvel, não sabia o que dizer naquele momento.

- Volta pra mim, Leonardo.

Ele passava delicadamente as sua mão na mão esquerda de Leonardo e pareceu ver um dedo mexer. Ele acreditava que Leonardo irá voltar e teria uma missão de ajudar a qualquer momento. Seus pensamentos foram ligados aos pais de Leonardo. Teria que ajuda-los a compreender que o filho é normal a qualquer outra pessoa.

- Eu vou ajuda-los, amor. Você será feliz. Eu prometo.
- Sinto muito rapaz, mas terá que sair – disse a recepcionista que abriu a porta do quarto- eu sinto muito ter que passar por essa desgraça.

O rapaz deu um beijo na testa de Leonardo e ele olhou com lagrimas nos olhos dizendo “EU TE AMO”. Despediu da recepcionista que colocou a mão no seu ombro e dizendo que o rapaz irá sair para ama-lo mais forte. Klauton sentiu mais forte para enfrentar os problemas do lado de fora quando encontrou um grupo de estudantes parado na frente do pronto socorro com flores na mão. Viu um jovem de cabelos ruivos que havia chamado ele e o Leonardo de “BICHA”. Samuel segurava as flores quando Klauton veio na sua direção pegando as flores batendo na cara de Samuel que virou o rosto demonstrando que merecia. Ele ajoelhou pedindo desculpas, pois não pedia uma morte para uma pessoa, mas Klauton levantou do chão dando um soco no seu rosto chamando a atenção dos seguranças do hospital que pediram pra pararem com a confusão na frente do hospital. Klauton pediu desculpas e afastou de todos, indo em direção ao carro do seu pai que estava estacionado.

- Todos nós pedimos perdão, Klauton – disse Samuel que foi na direção do carro- nunca queríamos que Leo parasse no hospital pra morrer.

Klauton saiu do carro e segurou novamente o Samuel que fechava o olho pra esperar mais um soco.

- Escute que vou dizer idiota, Leonardo não vai morrer. Não quero que apareça aqui enquanto estiver aqui. Aprenda amar seu semelhante depois volta mostrar a sua verdadeira compaixão comigo.

Jogou Samuel no chão e Klauton olhou para os outros alunos que era do time de futebol da faculdade. Olhou com ferocidade e pedira a todos que sumissem da frente do hospital antes que fizesse alguma loucura e entrou no carro começou olhar para o chão e sentiu que deveria sair par algum lugar pra relaxar. Ele saiu do carro e despediu do pai que achava que o filho deveria aleijar a cabeça. 

Os pensamentos de Klauton só via em Leonardo. Pensar na noite maravilhosa. Lembrava-se do sorriso que demonstrava alegria por estar do seu lado. Seu pensamento foi ficando em torno da saudade. Começara a chover naquele instante e Klauton continuava a caminhar vendo algumas pessoas abrindo seus guarda-chuvas e olhava para os casais que sorriam a caminhar naquele tempo tenebroso e começou a sentir um vazio de tristeza e solidão. Sentia a falta de Leonardo e teria que ajudar os pais de Leonardo aprender o que é ser um homossexual.

Ele sentou na praça ao meio aos prantos de lagrimas misturado com os pingos de chuvas. Chorou pra pedir a Deus que trouxesse Leonardo a vida. Era preciso chorar na chuva pra desabafar que sente saudade de Leonardo.